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Não os marginalizem amigos lusos

Atualizado: 29 de set. de 2018


Poema de Liliane Jardim sobre a esquizofrenia

As vozes assolam a minha mente

Penetram mais e mais, murmurando ordens insanas

Já não distingo a realidade

Quero controla-las, mas não consigo

Ecoam no meu cérebro aterradoras

Em delírio errôneo, o meu corpo alucinado se retrai

Serão seres sobrenaturais, fantasmas, o demo…?

Em delírio constante sou Deus, Jesus, Virgem Maria…

Desarticulo-me no pensamento expressivo

Misturam-se as palavras, sem coerência 

Transformando-se em pensamentos perturbadores

Perturbando meu funcionamento intelectual

Sinto na alma a deterioração prematura do meu cérebro

Sinto-me perdida, percepciono tudo e nada percepciono 

Rio-me estupidamente, reagindo 

À minha própria interpretação idiossincrásica da situação.

E tu choras, olhas para mim e não entendes

Eu continuo na minha insanidade mental

Amarrada ao delírio, às alucinações e à inanição cognitiva

Sofro, desesperadamente, perco o contacto com a realidade

O todo é irreal, ilusório e penetra no meu cérebro 

Deixando-me louca, amarfanhada e perdida 

Já nem sei quem sou, ajuda-me… compreende-me.

Representação de: A noite estrelada de Vincent van Gogh

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